segunda-feira, 28 de novembro de 2011

escrever
crer
ver
esquivar de
ré ou não
espirrar o vir
a ser
ou sido
acreditado e engolido.

contato



Um breve e suave toque, assim, de mansinho. É sempre o primeiro. Aquele que foi no parto das horas e instantes, e o vir a ser, no desfecho do tempo. Fixados entre quatro margens, o instante único. Naquele quarto da maternidade, só havia as duas, mãe e filha embaraçadas por nós que, de tão fortes, se tornariam cegos de afeto.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Sobre tempo e fotografia

Congela-se o instante. O exato momento entre o que foi e o vir a ser. Dois corpos ocupam o mesmo espaço simultaneamente no espaço? A física diz que não, a fotografia diz: talvez. Alguns antigos associavam-na a bruxaria. Hoje sabemos, há sim algo mágico. Algo que o fotógrafo pode produzir. Congelar o tempo? Não envelhecer e envelhecer? Ela engana quem quer se enganar, esclarece quem quer se esclarecer, porém, inquieta a todos, sem distinção. Captura o que os olhos não conseguem e o que o coração sente.
A gota de chuva no exato momento em deixa de ser chuva e passa a ser enxurrada. A sombra do meio dia que vira escuridão ao anoitecer. A nuvem que é elefante e se faz cavalo-marinho. Cores. Amarelo se esverdeando, azul se avermelhando, bichos se camuflando. As fases da lua e o tempo da colheira. As fases da lua e o crescimento dos cabelos. O brilho nos olhos: da surpresa, do susto, do encontro e do desencontro. A lágrima quando brota, a lágrima quando rola, a lágrima quando cai, tem pesos diferentes. A onda sonora do rock and roll e a onda sonora da balada. O ritmo.
Cada instante, guarda uma expectativa de que isso vai mudar, com ou sem motivo, com ou sem razão. Aqui, um pouco de sentimento, um pouco de razão para se perder.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Desanuviando em introjor

Não sei se isso é uma válvula de escape, mas eu ainda não descartei essa possibilidade. Ninguém gosta de viver em tempos pouco afáveis. Olhando de fora, pelo reflexo do espelho, pareço ter muito. Mas o que seria o futuro se não fosse mais um baú de insatisfações da humanidade. Às vezes mais estável, but suck. Tentar? Sempre, só não sei se isso. Quando descobrimos que escolhemos o caminho certo? Quando tudo se aquieta aqui dentro?! Ou não há caminho certo? ... Coração tá apertado, machucando como um sapato pequeno. Não está nada sereno por aqui dentro. Nem me recordo da última vez que esteve. O tempo, muito menos o mundo vai dar a pausa que eu preciso agora para interiorizar. Paz. Hoje eu sinto o peso que isso tem pra desanuviar.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Carrasco

Tic-tac, tic-tac... O tempo se esvai de uma forma veloz levando meus segundos, minutos, horas, TIC;
trazendo meu futuro, minha velhice, minha saudade, TAC;
Depressa demais, com poder demais. Ou encontro as rédeas desse cavalo desenfreado, ou ele me arrastará pelas estradas da vida, impotente, espectadora. Não, definitivamente não. O tic não encontrará o tac antes que eu deguste cada gota de vinho, cada dose de sentimento.