quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Sobre tempo e fotografia

Congela-se o instante. O exato momento entre o que foi e o vir a ser. Dois corpos ocupam o mesmo espaço simultaneamente no espaço? A física diz que não, a fotografia diz: talvez. Alguns antigos associavam-na a bruxaria. Hoje sabemos, há sim algo mágico. Algo que o fotógrafo pode produzir. Congelar o tempo? Não envelhecer e envelhecer? Ela engana quem quer se enganar, esclarece quem quer se esclarecer, porém, inquieta a todos, sem distinção. Captura o que os olhos não conseguem e o que o coração sente.
A gota de chuva no exato momento em deixa de ser chuva e passa a ser enxurrada. A sombra do meio dia que vira escuridão ao anoitecer. A nuvem que é elefante e se faz cavalo-marinho. Cores. Amarelo se esverdeando, azul se avermelhando, bichos se camuflando. As fases da lua e o tempo da colheira. As fases da lua e o crescimento dos cabelos. O brilho nos olhos: da surpresa, do susto, do encontro e do desencontro. A lágrima quando brota, a lágrima quando rola, a lágrima quando cai, tem pesos diferentes. A onda sonora do rock and roll e a onda sonora da balada. O ritmo.
Cada instante, guarda uma expectativa de que isso vai mudar, com ou sem motivo, com ou sem razão. Aqui, um pouco de sentimento, um pouco de razão para se perder.

Nenhum comentário: