Sabe quando você me perguntou se eu pensava em você? Lembra do que eu respondi? Disse que sim, que você ocupava muitas horas do meu dia. Você não se contentou e quis me deixar um pouco mais embaraçada me perguntando o quê. Tentei te enrolar, trançando meus dedos entre seus cabelos, te beijando o rosto, os olhos, te envolvendo em meus afagos. Por um momento você amoleceu, mas insistiu: o que você pensa? E foi aí que provavelmente eu devo ter corado as bochechas e desviado o meu olhar por todos os seus detalhes tão lindos. "São coisas que não se diz, apenas se pensa...", sussurrei em seu ouvido.
Você me olhou com olhos ferozes e ao mesmo tempo tão serenos, de menino custoso que acabou de fazer arte, mas sabe que nada de ruim poderia te acontecer porque ninguém te resiste.
A verdade é que eu penso tanto sobre você que eu provavelmente teria me embaraçado nas palavras. Eu penso em como seus olhos são claros e ficam ainda mais quando estão fixados nos meus. E em como é bom vê-los. Eu penso em como seu sorriso abre o meu e em como o toque da sua barba é capaz de arrepiar todos os meus fios. Eu penso em minhas unhas passeando pelos traços tatuados das suas costas e te fazendo suspirar de contentamento. Eu penso em como você esbanja charme quando fica bolado com alguma coisa. Eu penso em como tudo está indo tão rápido e em como isso me assusta. E como assusta você também, "macho alfa". E entro em paradoxo quando penso sobre o quanto a sua ausência me perturba. Eu penso em você inteiro, completo, homem e menino. Eu penso em quanto eu tenho pensado e sentido demasiadamente por você. Penso em infinitos, meu bem... E sinto. Mas isso é outro embaraço.
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