sábado, 27 de fevereiro de 2010

Pedaços

A vida muda rápida e bruscamente e se acostumar não é tão simples assim.
Amanhã mesmo estou indo pra Uberlândia, terra natal.Eu, que passei as férias e onze ou doze anos da minha existência em Patos de Minas ,o último semestre em Brasília.Tudo muito rápido, um quebra-cabeças de sensações, um jogo que confunde sentimentos.Não há nem mesmo tempo para se acostumar à elas, apenas aceitar.
Há quanto tempo não me sinto inteira?!Nunca mais fui completa, só fragmentos.É duro ter partes do seu coração espalhados em cantos distantes.Dizem por aí que as distâncias diminuiram com o avanço da tecnologia nos meios de comunicação, mas pra mim isso é balela.Uma conversa no telefone ou no computador não permite que eu use dos meus sentidos humanos.A audição não é a mesma por um aparelho, elas não passam expressões e pecam nas vibrações.Eu não posso sentir o cheiro familiar,não posso sentir o gosto peculiar, não posso ver o brilho nos olhos e muito menos sentir o toque na pele ou o abraço apertado e confortante.Isso nenhuma invenção supre, anão ser  que aprendamos a nos teleportar.Isso sim seria mágico e especial.
Nessa selva a gente é obrigado a abrir mão de tanta coisa pra conseguir algo que no final nem tem tanta importância quanto nós pensamos ter.Mas o ritimo é constante, não é permitido parar.Somos obrigados a estar sempre escolhendo, e escolhas inevitavelmente envolvem perdas.Coisas que pareciam ser tão simples de serem alcançadas se tornam cada vez mais complicadas.E eu vou aprendendo a ser fragmentos, querendo ser completa.

Ouro de tolo - Raul Seixas

Eu devia estar contente
Porque eu tenho um emprego
Sou um dito cidadão respeitável
E ganho quatro mil cruzeiros por mês



Eu devia agradecer ao Senhor
Por ter tido sucesso na vida como artista
Eu devia estar feliz
Porque consegui comprar um Corcel 73



Eu devia estar alegre e satisfeito
Por morar em Ipanema
Depois de ter passado fome por dois anos
Aqui na Cidade Maravilhosa



Ah! Eu devia estar sorrindo e orgulhoso
Por ter finalmente vencido na vida
Mas eu acho isso uma grande piada
E um tanto quanto perigosa



Eu devia estar contente
Por ter conseguido tudo o que eu quis
Mas confesso abestalhado
Que eu estou decepcionado



Porque foi tão fácil conseguir
E agora eu me pergunto: E daí?
Eu tenho uma porção de coisas grandes
Pra conquistar, e eu não posso ficar aí parado



Eu devia estar feliz pelo Senhor
Ter me concedido o domingo
Pra ir com a família ao Jardim Zoológico
Dar pipoca aos macacos



Ah! Mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada engraçado
Macaco praia, carro, jornal, tobogã
Eu acho tudo isso um saco



É você olhar no espelho
Se sentir um grandessíssimo idiota
Saber que é humano, ridículo, limitado
Que só usa dez por cento de sua
Cabeça animal
E você ainda acredita que é um doutor, padre ou policial
Que está contribuindo com sua parte
Para nosso belo quadro social



Eu que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada cheia de dentes
Esperando a morte chegar

Porque longe das cercas embandeiradas que separam quintais
No cume calmo do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora de um disco voador

Eu que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada cheia de dentes
Esperando a morte chegar



Porque longe das cercas embandeiradas que separam quintais
No cume calmo do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora de um disco voador


ps: Raul Seixas me lembra infância e essa música especialmente diz muito sobre o post, numa dessas conversas que se tem com a mãe a música se mostra ainda mais reveladora.Sem mais, é bom que cada um tenha a sua interpretação e além do mais, "pra bom entendedor meia palavra basta".

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Escolhas.

Aproveitar oportunidades requer mais do que vontade.Eu posso ter idade para fazer o que quiser, mas não tenho tranquilidade para ver e sentir o que essa liberdade me custaria.
Cresci aprendendo valores, que se enraizaram no meu espírito.Ainda sou pequena para compreender as razões de algumas pessoas, mas sou obrigada a aceitá-las.Eu não posso controlar minhas emoções, mas posso aprender a ser tolerante com elas.
O caminho vem cheio de obstáculos,alguns que eu não posso simplesmente ultrapassar, esses me ensinam a serenidade e ajudam a abrir as portas para a inteligência.
As perdas devem ser vistas sempre como uma oportunidade para um grande aprendizado.Mesmo quando tudo aflige é preciso crer em si mesmo e achar um novo caminho para realizar.Não se pode parar.


"Uma oportunidade falhada pode reencontrar-se, ao passo que jamais recuperamos uma tentativa preciptada."
Pierre Chordelos de Laclos

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Selo.


Acho que é o primeiro selo desse blogger! hehe
Obrigada Lays , seu blog mereceu mesmo o selo, sempre bem cuidado , o que faz com que se torne sempre agradável a visita por lá. :)
Então a próxima parte né?

Sete coisas sobre mim:

- Sempre tomo café com leite ninho de manhã.
- Não tenho orkut.
- Não sei contolar emoções.
- Estou a um ano fazendo cursinho pré-vestibular.
- Sou bastante ciumenta.
- Adoro cachorros (especialmente os grandões).
- Ainda não sei com certeza o que quero pra minha vida, por mim faria mil graduações.

Sete blogs que passo o selo:

1- Milésima tentativa.
2- Lado Avesso
3- Fábrica de almas
4- Lee cor.
5-
6-
7-

ps: São os bloggers que eu sigo, leio muitos outros e acho alguns bastante interessantes mais como não comento neles e como minha "timidez" não me permitiu seguí-los, deixo em branco :/
Ainda sou meio boba nesses assuntos de blog, mas vou aprendendo!

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Velha infância

Momento mega nostálgico...




Infância de verdade é coisa de outras décadas.Como os pimpolhos de hoje são sem sorte.Não tínhamos, internet, Orkut, MSN, jogos e toda essa tecnologia, mas também não havia tantos problemas de visão e obesidade no mundo infantil. Quem é do final da década de 80 e 90 sabe do que eu estou falando.

Quem aí já não brincou de, pique-pega, bandeirinha, pique - esconde, queimada, o mestre mandou, patins, bicicleta , cobra-cega, mímica, polícia e ladrão, jogos de tabuleiro, revistinha de coleção, tazo, bafo com figurinhas, e milhares de outras brincadeiras... ?

Quem dessa época deixou de assistir TV colosso, castelo Ratimbum, família dinossauro,tico e teco, tom e Jerry, ursinhos carinhosos, Doug Funnie( e o custelinha) , o fantástico mundo de Bob, Caverna do dragão, e tantos outros ?

Nessa época, decorávamos a tabuada, a lista de verbos e fazíamos as pesquisas escolares em livros e em enciclopédias, não no Google. Gibis eram uma diversão e tênis de luzinha o máximo.Pedir bênção aos mais velhos era costume e ouvir suas histórias não era um saco.

Boneca era só boneca e não uma competição de moda , na época da minha mãe boneca era um sabugo de milho enfeitado e o efeito era o mesmo.Fotos eram reveladas e guardadas para mostrar às próximas gerações.

Infelizmente elas não sabem o que perdem.A maioria das crianças hoje preferem ficar o dia inteiro dentro de casa na frente do computador, jogando n tipos de videogames, vivendo ociosamente e perdendo a melhor época da vida, que nunca mais vai voltar, por mais que se queira.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Fim de uma batalha, começo de outra.

Não se acostuma a certas sensações.Reprovar no vestibular mais uma vez, é ainda mais amargo e decepcionante.Acredito que são duas experiências singulares; tanto reprovar, como passar, porém, as duas carregam algo em cmum entre si: a intensidade das emoções que provocam.Essas são inexplicáveis, mas espero sentir em breve essa explosão de felicidade ao ver meu nome "naquela" lista. E vou conseguir!
Tudo isso, pode acreditar, não é um lamento.Não desisto de uma batalha tão fácil assim.Tenho potencial e acima de tudo, tenho FÉ. Não essa fé pobre e cega que não passa de meras palavras frias e indiferentes.A minha fé arde, move minhas ações.Lamentar é perder tempo e esse é um elemento precioso para a realização das minhas metas.
Não sou hipócrita para dizer que o que almeijo é fácil, e muito menos para dizer que é algo inalcançável.Errei em alguns pontos, mas cresci em muitos outros.Potencial todos temos, agora, é só questão de trabalhar.E então, querer será poder.